Podemos afirmar, sem qualquer receio, que a água ocupa um lugar absolutamente primordial nas nossas vidas. A água é o meio de todos nós. Fomos concebidos e gerados em meio aquático e a maior parte do nosso corpo é constituído por água.

Viemos da água, somos água…

A água é uma verdadeira preciosidade, porque é essencial à vida.

A nossa proximidade biológica com a água leva-nos a querer conhecê-la, desenvolvendo a partir deste exercício uma perspectiva de ciência.

Ao longo de toda a História da Humanidade a atração instintiva pela água levou à instituição do seu culto, tendo aqui este termo uma conotação referencial muito diversa, abarcando um sentido mítico ancestral, quiçá divino, outras vezes mágico, outras ainda derivando do imaginativo para o criativo, originando assim uma perspectiva de cultura…

Água, Ciência e Cultura caminharam percursos comuns ao longo da História. (…)

Pedro Cantisca
PREFACIADOR DA OBRA

A medicina, como arte curativa que tem como objetivos a cura das doenças e preservação da vida, aparece mencionada na mitologia grega há mais de 2500 anos!

Mas, na história da medicina, a maior das revoluções foi a passagem duma medicina estritamente curativa, para uma medicina preventiva e racional, que o génio Hipócrates ajudou a criar. É à medicina preventiva que se devem atribuir os maiores êxitos na luta contra as doenças e na manutenção de saúde no ser humano.

Logo, nesta arte nobre capaz de atenuar, tratar e prevenir a doença noutros seres da mesma espécie, a racionalização e promoção da prevenção em saúde, bem como a relação privilegiada e empática entre médico/doente/utente/cliente/paciente/pessoa, bem como a especificidade na “pessoa” e na consulta, constituem as pedras basilares desta especialidade mágica que é a MGF. Para nós são importantes a gestão de recursos, o meio social e económico, a história pessoal e familiar, a reserva cognitiva e emocional da pessoa e da sua família, sempre de forma integrada e holística.

JOÃO CARLOS RAMOS
PREFACIADOR DA OBRA

Em 1903 Thomas Edison previu que “O médico do futuro não oferecerá remédios, em vez disso instruirá o paciente no cuidado do corpo humano em relação à dieta e às causas e prevenção de doenças”.

Concordo em absoluto.

Inspirado pelo inventor da lâmpada elétrica, decidi, honrado, aceitar o convite da Abantera Ediciones para prefaciar esta magnífica coletânea de 6 volumes de Medicina Naturalista, que nos revela de forma clara e exaustiva o papel fundamental da Nutrição na Medicina e no bem-estar do ser humano.

A pandemia de doença crónica que assola os tempos de hoje, deve-se, em parte, além do sedentarismo, à passagem quase universal para uma dieta dominada por alimentos processados e de origem animal, por outras palavras, commais carne, laticínios, óleos, refrigerantes, açúcar e cereais refinados.

Se o nosso objetivo for a saúde e um envelhecimento mais saudável, então deveremos estimular a atividade da telomerase – enzima que combate o encurtamento dos telómeros cada vez que a célula se divide, encurtando a vida –, e pugnar por um regime alimentar apropriado privilegiando os vegetais, a fruta e os legumes, que nos permita beneficiar dessa forma todos os sistemas do organismo em simultâneo, prevenindo, tratando ou debelando cada uma das (quinze) principais causas de morte, em contraponto com os medicamentos – que apenas têm como alvo funções específicas, acarretando muitas vezes efeitos indesejáveis e que muitas vezes só tratam os sintomas das doenças.

MANUEL PINTO COELHO
PREFACIADOR DA OBRA

Quando pensamos em “dieta mediterrânica”, fazemos mais ou menos ideia daquilo que está em causa. Não é à toa que se trata de uma expressão que já tem algum tempo. Com efeito, começou a falar-se de dieta mediterrânica no final dos anos sessenta, quando às preocupações dietéticas formuladas por primeira vez pelos nutricionistas se juntou o trabalho de uma série de chefes que, partindo dos benefícios e das características desta mesma dieta, elaboraram o que se pode designar como “cozinha mediterrânica”.
Mas, será que não existira até então uma cozinha mediterrânica? A resposta é sim e não. Podemos considerar, com efeito, que todas as cozinhas de caráter popular e tradicional dos países da bacia do Mediterrâneo são cozinhas mediterrânicas. Em redor do Mare Nostrum existem múltiplas cozinhas: a grega, a turca, a libanesa, a magrebina, a italiana, a espanhola…, e inclusive, dentro delas, a siciliana, a andaluza, a valenciana, a provençal, a das ilhas gregas… Na verdade, seria possível fazer ainda mais subdivisões que corresponderiam a tipos de cozinha diferenciados.

FERRAN ADRIÁ
PREFACIADOR DA OBRA

Conhecer a natureza é conhecer melhor a vida porque a sua imensidão e liberdade nos fazem pensar no que somos, no que nos cerca, engrandece e limita. A natureza, que representa o que já existia antes de nós e o que deverá permanecer quando já não couber ao Homem a responsabilidade de organizar o mundo, é o espaço em que nos integramos e em que procuramos resposta para perguntas tão ancestrais e profundas como estas: quem somos? de onde viemos? para onde vamos?

Desde as épocas mais remotas que o ser humano procurou deixar registo nas pinturas pré-históricas da sua relação com os animais e com a transcendência dessa partilha de que passou a depender a sua alimentação, seu agasalho e a sua capacidade de criar raízes nos lugares em que depois nasceram as cidades, as civilizações, os grandes sonhos transformadores.

JOSÉ JORGE LETRIA
PREFACIADOR DA OBRA

Desde muito cedo, aprendi que a diferença – geográfica, cultural, social, religiosa e, às vezes, política – é um estímulo permanente para amplificar e tornar mais sólidas as nossas qualidades humanas. Talvez por ter um pai jornalista, viajado, rigoroso, curioso e bom ouvinte e uma mãe professora que a partir do ensino artístico ajudava crianças – diferentes na sua relação com o mundo – a ganhar confiança para o enfrentar e descobrir, fui-me deixando convencer que quanto mais eu pudesse reproduzir as possibilidades de conhecer o mundo e viajar, mais perto estaria de experimentar aquilo que carinhosamente herdei dos dois e se foi afirmando na minha profissão e vida, como cidadã e voluntária.

Por força da minha missão enquanto Embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), há já 18 anos, da minha formação (estudei em Londres, durante 3 anos), do meu trabalho (faço documentários em diferentes zonas do globo) e da possibilidade de passar férias em cidades que me são desconhecidas, tenho tido o enorme privilégio de poder cumprir uma boa parte dos meus sonhos e da minha curiosidade.

CATARINA FURTADO
PREFACIADOR DA OBRA

Foi uma honra e um prazer ser convidada para prefaciar esta bela coleção sobre as Maravilhas da Humanidade. Como gosto muito de viajar, tive a alegria de conhecer quase todas as Maravilhas do nosso tempo, lugares de rara beleza. Em nenhuma delas, porém, fiquei tão encantada como em Petra.

Quem me conhece sabe que sou feliz entre montanhas. Petra é uma cidade esculpida na pedra de várias montanhas, ravinas que desenham ruas, desfiladeiros que encaminham canais de água que durante séculos mantiveram a cidade fértil. Também conhecida como Raqmu, Petra sobreviveu a confrontos, chuvas, e terramotos, graças à precisão da engenharia nabateia, que em vez de erguer fachadas entre as montanhas, embutiu-as nas suas encostas, escavando autênticas vilas. A engenharia antecipou ainda invasões e, possivelmente sem saber, preveniu a destruição total das fachadas enquanto as montanhas tremiam durante o sismo de 363 d.C.

Procurar razões para justificar tal precisão arquitetónica pouco importa, o impacto da chegada à cidade é notável. O povo nabateu criou, ao longo da cidade, um sistema de armazenamento e envio de água das chuvas, pintando o interior de Petra em tons de verde, das árvores, e azul, das piscinas. Para além dos campos verdejantes e irrigados, a água alimentava cerca de 30 000 habitantes, oriundos de várias regiões — gregos, egípcios, romanos, sírios e jordanos. Petra era considerada pelos Persas um paraíso na terra. Após a longa travessia do deserto vasto e árido, chegar a Petra era semelhante a encontrar um pedaço de céu na terra, onde confluíam e conviviam povos distintos.

DALILA CARMO
PREFACIADORA DA OBRA

“Hohokam”; com esta única palavra, repleta de força e sentido, exprimiam os índios “aquilo que desapareceu”. Não me ocorre, neste momento, melhor expressão além de “Hohokam” para me referir às Grandes Civilizações que o leitor tem agora diante de si. Seis volumes que o acompanharão na sua própria investigação do antigo, daquilo que fomos e de tudo o que herdámos das Grandes Civilizações que povoaram a Terra antes de nós.

Tenho a convicção de que a única forma que temos para ser melhores, mais fortes, mais inteligentes e menos frágeis é a do conhecimento dessas mesmas Grandes Civilizações povoadas pela humanidade. Houve guerras – como ainda hoje as há –, conflitos – como no nosso tempo – crises – também como no presente – reinos – ainda existentes… E tantas outras semelhanças que fazem com que não possa deixar de lê-las, estudá-las e aprender daquilo que tão claramente nos legaram… Continuamos, de algum modo, unidos a eles; na arte, na arquitetura, na economia… E inclusive na astúcia e nas lutas de poder.

Grandes Civilizações que garantiram o êxito – bem como o fracasso – das civilizações que se sucederam a elas, pois veremos através destes textos que entre elas existe, de algum modo, uma ligação: o fastuoso Egito, a sábia Grécia, a refulgente Roma, a enigmática Índia, a exótica China… América, Japão, África e Oceânia. Não poderia deixar o autor mais bem acompanhados do que com todos aqueles que engrandeceram a humanidade.

PREFACIADOR DA OBRA

Aprendi que História, como Humanidade devem ser escritas com maiúsculas e “histórias” com minúscula. Porém, o que aqui lemos são séculos de histórias da História que nos ajudam, como humanos, a decifrar o espaço, o tempo e o silêncio na fabulosa equação do universo.

No princípio era o verbo: o mistério da formação do universo e do sistema planetário, das estrelas e das galáxias, das vias lácteas e dos astros, num rastilho de luz que sem intermitências nos conduziu até aos nossos dias navegando na vertigem do conhecimento, da fé, da experiência, dos vícios e virtudes da natureza humana. Ouço muitas vezes Santo Agostinho dizer-me: “o antes passou, o presente é apenas um instante, um sopro de quase nada, o depois ainda não chegou”.

E penso: O que somos, de onde viemos e para onde vamos? Que História queremos fixar para a posteridade, que História costuro eu todos os dias? Que História vem comprovar os factos? A que movimentos cíclicos vamos assistindo, modificando, repetindo? Teixeira de Pascoaes dizia que o futuro era a aurora do passado. Será que o passado nos ensina algo sobre o futuro? Será que o tempo vai explicando o passado de outra maneira? Será que o passado ilumina o futuro? Ou continuamos sem saber o que aconteceu e nos aconteceu antes e depois da palabra escrita?

MARIA JOÃO LOPO DE CARVALHO
PREFACIADOR DA OBRA

A História da Arte foi o que nos trouxe até aqui, até estas linhas com as quais agora você, estimado leitor, ocupa a sua própria vida e contribui, com o seu grão de areia, para o imenso relato da nossa civilização. Com os seis volumes que se seguem, oferecemos uma visão o mais completa possível no tempo e no espaço, que nos ajuda a compreender como foi o caminho percorrido pelo ser humano desde que a espécie começou a andar no meio da neblina do Paleolítico até à impressionante era atual, na qual já deixámos a nossa marca na superfície da Lua e algum satélite nosso se dirige para lá do sistema solar. 

Admirar-nos-emos com a perícia de quem deixou a sua arte nas paredes das grutas, em pinturas onde já é possível apreciar muitas das paixões que nos comovem. Daremos um passo rumo ao assentamento em locais estáveis, em torno de parcelas onde nos demos a nós próprios a arte da pintura, quando o Neolítico abala a espécie e nos torna em seres ligados a um terreno, a uma cidade, a leis e formas de organização que continuam, ainda hoje, a influenciar profundamente as nossas sociedades.  

JOSÉ CARLOS MALATO
PREFACIADOR DA OBRA